Inventário para o Plano Museológico do Centro de Referência das Afro-mineiridades
Apoio ID 11615 / Edital 8 - Ano 2025 - Ylê Asé Agânjú Solá Máwúerê – Uberlândia/MG
O Inventário Cultural em questão é o alicerce para a criação do Plano Museológico, do Centro de Referência das Afromineiridades, sediado no Ylê Asé Aga njú Solá Múwúrê, em Uberlândia, Minas Gerais. Este documento crucial foi concebido entre junho e dezembro de 2025, e é fundamentalmente uma "contra-escritura" da narrativa oficial sobre o patrimônio, visando a salvaguarda e a visibilidade da cultura afro-brasileira na região. O projeto se define não como um mero "arquivo de objetos" ou de memória estática, mas sim como a base para um "museu popular de imersão", reafirmando o papel dos povos de terreiro como guardiões, da memória, da ancestralidade e dos patrimônios vivos que estruturam a identidade coletiva brasileira.






É com grande satisfação e senso de responsabilidade histórica que apresentamos o Relatório do Inventário Cultural do Ylê Asé Agânjú Solá Máwúrê. Este documento representa o alicerce fundamental para a elaboração do Plano Museológico do nosso Centro de Referência das Afro-mineiridades, consolidando um marco na preservação da memória Afro-brasileira em Minas Gerais. Este relatório é o resultado de um trabalho intensivo, desenvolvido entre junho e dezembro de 2025, em atendimento direto às orientações do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG). A recomendação, emitida em 2024, destacou a necessidade de formalizar o acervo e estruturar museológicamente este tradicional terreiro de matriz africana.
































Aprensentações
1: Terno Marinheiro de Nossa Senhora do Rosário, uma das expressões mais tradicionais do congado em Uberlândia estará presente na Celebração final do Inventário Cultural
Fundado em 1929 pela família Nascimento, o terno carrega quase um século de devoção, memória e resistência.
Foi conduzido por importantes lideranças femininas, como Dona Dolores e atualmente, sua filha Antônia Aparecida Rosa, que rompeu barreiras em um universo historicamente masculino e se tornou uma grande referência na cidade.
Guardião da trança de fitas, o Terno Marinheiro mantém viva a fé, os laços étnicos e a força da cultura negra, atuando também com ações sociais, educativas e apresentações que reafirmam o congado como espaço de identidade e ancestralidade.
2: Leticia Yasmin de Jesus Rosa, iniciou na dança aos 9 anos, onde aprendeu disciplina, expressão corporal e o poder da presença cênica. Aos 15 anos, encontrou no teatro sua principal linguagem de criação e hoje é graduanda em Teatro pela UFU, dedicando-se ao estudo de dramaturgia negra e suas fabulações, investigando como essas narrativas constroem mundos, deslocam imaginários e afirmam identidades.
Para este momento especial, Letícia irá declamar a poesia “No meu rosário” de Conceição Evaristo.
Um encontro entre arte, memória e ancestralidade que convida à escuta e à reflexão.
3: Wendel Martins Peres é Capitão de Congada do Terno Moçambique Rosa Branca Santa Terezinha das Rosas, de Itumbiara (GO) e atual coordenador de Cultura de Cachoeira Dourada (GO).
Ele apresentará uma performance de exaltação à cultura afro-brasileira, trazendo a força dos saberes ancestrais, da espiritualidade e da tradição congadeira.
Sua participação representa a afirmação da identidade negra e a continuidade de uma memória coletiva que resiste, ensina e floresce.
Uma presença que honra o passado e fortalece o futuro.
4: Fábio Vladimir Silva, Formado em Teatro pela UFU e concluindo o mestrado em Artes, Fabinho é diretor da Associação Projeto Dançando com a Vida e integrante ativo das tradições que moldam a identidade afro-mineira: congado, carnaval, dança, teatro, literatura e as matrizes da histórica família Chatão, a maior família negra de Uberlândia.
Para este momento especial, ele apresentará a coreografia “Guerreiros de Oxóssi”, ao lado de Paulo Henrique.
Uma saudação à força da caça e da pesca, unindo dança afro, movimentos contemporâneos e influências da dança de rua, expressão viva da ancestralidade que se renova.

